domingo, 17 de dezembro de 2017

PADRE NILO

Projeto de Lei 59/2017 - CEP: 35680-000
Denomina logradouro público: Rua Padre Nilo / Bairro São Bento Etapa II

A Câmara Municipal de Itaúna, estado de Minas Gerais, decreta:
Art. 1º Denominar-se-á “Rua Padre Nilo” o logradouro público (Rua 01) desta cidade de Itaúna – MG, localizado no Bairro São Bento Etapa II, que tem seu início na Rua 09, passando pelas quadras 10, 11, 12, 13, 14, 15, 08 e 09 e pelas Ruas 06, 10, 02, 03, 04, tendo seu término na Rua 05.

Art. 2º A Administração Pública Municipal providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a comunicação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Itaúna e a Companhia Energética de Minas Gerais.

Art. 3º As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de dotações próprias do orçamento vigente do Executivo Municipal.

Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


JUSTIFICATIVA

Padre Nilo Caetano Pinto nasceu no Distrito de Antônio dos Santos, em Caeté, Minas Gerais, em 1930. Filho mais velho de Carlito Caetano Pinto e Antônia Luiza Diniz, teve mais seis irmãos. Aos 11 anos de idade perdeu o pai e começou a trabalhar para ajudar em casa, entretanto, sem deixar de lado os estudos, que seguiu até graduar-se em Educação Física na Universidade Federal de Minas Gerais e também é formado ainda em Direito sem nunca ter exercido a profissão.

Em 1958, casou-se com Florescena Diniz Guimarães Pinto. Quando tinha 28 anos constituiu uma grande família de 8 filhos são Liliane Guimarães, Carlos Eduardo Guimarães, Rogério Augusto Guimarães, Adriano José, Gislaine Guimarães, Cristiane Guimarães, Tatiane Guimarães e Letícia Guimarães, 12 netos e 5 bisnetos.

O convite para trabalhar na cidade partiu do Dr. Guaracy de Castro Nogueira, que possuía um amigo em comum com Padre Nilo e lhe chamou para dar aulas de Educação Física na Escola Normal, atual Escola Estadual de Itaúna, onde atuou por 34 anos como professor e diretor, e no Colégio Santa’Ana, por 26 anos.

Paralelo ao trabalho como educador físico, Padre Nilo também participava regularmente das atividades da Igreja Católica. Criado em uma família religiosa, repassou aos filhos a devoção a Jesus Cristo e os seus ensinamentos. Além de ser vicentino, também era ministro da Eucaristia, ministro do Batismo e testemunha qualificada do matrimônio na Pastoral Familiar e na Pastoral Missionária Rural, ações que eram realizadas na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, onde morava.

Após 24 anos de união, em 1982, sua esposa faleceu em decorrência de uma enfermidade. Ainda atuando na igreja, Padre Nilo foi questionado pelo então bispo da época, Dom Cristiano, se ele teria interesse em se casar novamente. Diante da resposta negativa do viúvo, Dom Cristiano o chamou para ser padre.

Achando a decisão difícil, pois já estava com 52 anos e tinha ainda filhos vivendo sob sua responsabilidade, Padre Nilo foi aconselhado por Dom Cristiano a orar para que chegasse a uma resposta. Assim ele fez, e sentiu que era a vontade de Deus aceitar a vocação de ser padre.

Entrou em seguida na Faculdade de Teologia, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC, em Belo Horizonte, onde se preparou durante três anos e seis meses. Mas cumprir os estudos não foi fácil, pois ele ia para a capital mineira diariamente às 5 horas da manhã e retornava às 11h30, para trabalhar à tarde e à noite como professor. Depois de sua aposentaria, em 1990, com 60 anos, foi ordenado padre e recebeu a autorização do Bispo para continuar morando em sua casa até que todos os seus filhos se casassem.

Sua primeira paróquia foi a do Sagrado Coração de Jesus, em Santanense, onde ficou por dois anos; em seguida, a pedido de Dom José Belvino, foi transferido para o bairro Padre Eustáquio, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, por cinco anos. Logo depois, foi chamado pelo Padre Amarildo para ajudá-lo na Paróquia Sant’Ana por outros cinco anos; deixou o Centro por um ano e dez meses para substituir o falecido padre Eli, no bairro de Lourdes, na paróquia Nossa Senhora Aparecida, porém, retornou para a Paróquia Sant’Ana onde exerceu por dezoito anos a função de Vigário Paroquial.

Padre Nilo faleceu com 85anos no dia 11 de março de 2016 no hospital Manoel Gonçalves devido a uma infecção pulmonar. Exerceu sua vocação Sacerdotal por 25 anos. Viveu intensamente e profundamente o Amor a Deus e ofereceu sua vida aos mais necessitados como testemunho de um fiel discípulo missionário de Jesus Cristo. Ele foi um grande ser humano, uma pessoa que tinha muita fé. Sua generosidade, seu coração caridoso deixou marcas profundas nos corações dos procuravam por conselhos, força e orientação.
 Um Sacerdote por amor!


Sala das Sessões, em 25 de abril de 2017
Hudson Bernardes
Vereador




RÉQUIEM PARA O PADRE NILO

Prof. Luiz MASCARENHAS*

ITAÚNA amanheceu mais pobre em seu cenário humano na manhã cinzenta do sábado, dia 12 de março do corrente ano. Partia para a eternidade o nosso tão querido Pe. Nilo.

Dele muito já foi dito e muitos outros escreveram e escreverão muitas lindas mensagens, como linda foi a sua passagem por esta terra.  Deixo aqui, nestes pobres rabiscos, a minha pequena contribuição sobre a Vida deste homem, com quem convivi desde a minha infância.  Cursava eu a antiga 5ª série, no de 1979, há 37 anos – portanto- na Escola Estadual de Itaúna, quando os nossos caminhos se cruzaram a primeira vez.

Lembro-me da calça adidas, com as três listras, a camisa de malha branca, os tênis e um fusquinha que não me lembro bem a cor. Todos os alunos postos em fila na linha vermelha da quadra e em silêncio. Seis horas da manhã. O relógio da Matriz de Sant’ana ecoava por toda a Itaúna a sua primeira badalada. E ele começava sua aula de Educação Física: “o anjo do Senhor anunciou a Maria...” e respondíamos em coro: “e ela concebeu do Espírito Santo” e juntos “Ave Maria...”

Sempre foi um amigo. Sempre. E o foi vida afora. Amigo com o sorriso largo e sincero no rosto, mas também o amigo que sabia dizer não e nos corrigir na caridade para sermos pessoas de bem.

Nilo Caetano Pinto nasceu no distrito de Antônio dos Santos, em Caeté, Minas Gerais, em 24 de março de 1930. Era o filho mais velho de Carlito Caetano Pinto e Antônia Luiza Dinis e teve mais seis irmãos. Órfão de pai aos 11 anos, começou a trabalhar para ajudar em casa, sem deixar de lado os estudos, que seguiu até graduar-se em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais.

Deste tempo de estudos em Belo Horizonte, havia um bom amigo, o Coronel José Lázaro Guimarães e este era casado com dona Eneida Nogueira; irmã do nosso ilustre e saudoso Dr. Guaracy de Castro Nogueira. Foi assim. Uma através de uma indicação do coronel ao Dr. Guaracy que o então Prof. Nilo veio aportar em Itaúna no ano de 1958 (...por aqui, boa gente aportou...como muito bem o cantamos em nosso belo hino municipal...).

Chegou em nossas barrancas já casado com Florescena Diniz Guimarães Pinto e tiveram teve oito filhos, dos quais conheceu 12 netos e um bisneto.

O nosso então Prof. Nilo lecionou na Escola Normal, a Escola Estadual de Itaúna, por 34 anos, como professor e vice-diretor. No Colégio Santa’Ana ficou durante 26 anos. Nilo sempre foi um homem de Fé. Sempre engajado nos movimentos da Igreja. Ajudava com sua Família na Igreja da Piedade e na comunidade Sagrada Família do Bairro Cerqueira Lima, pois residia naquela região; tempos do paroquiato do Pe. Giovanne Van de Laar. Ele e os filhos foram ministros da Eucaristia, da Palavra, do batismo e do matrimônio.

Em 1982, dona Florescena, sua esposa, veio a falecer. Foi, sem dúvida, um grande golpe no coração daquele homem. Porém, Nilo já era um homem que se confiava em Deus.

E aos 52 anos, ainda criando os filhos, resolveu dizer sim ao chamado desse Deus. Aqui existiu a figura de um intercessor da Graça Divina. Era nosso primeiro bispo diocesano – Dom Cristiano Portela de Araújo Penna. O Dom Cristiano o indagou se pretendia casar-se novamente. Nilo respondeu-lhe que não havia essa intenção, dado a beleza e profundidade de seu matrimônio e a fidelidade que compartilharam ao longo de 28 anos.

Assim sendo, encaminhou-lhe Dom Cristiano para a Faculdade de Teologia, na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC - em Belo Horizonte. Após três anos e seis meses de dedicados estudos e preparação, foi ordenado padre por Dom José Belvino do Nascimento, aqui em Itaúna no ano de 1990, no Poliesportivo JK.  Aliás, ele e o Pe. José Geraldo Flores, da Igreja da Piedade aqui, foram os primeiros sacerdotes a serem ordenados na diocese por Dom Belvino- hoje bispo emérito.

A primeira paróquia aonde trabalhou o Pe. Nilo foi a do Sagrado Coração de Jesus, em Santanense, onde ficou por dois anos; em seguida, a pedido de Dom José Belvino, foi transferido para o bairro Padre Eustáquio, na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, por cinco anos.

Logo depois, foi chamado pelo Pe.  Amarildo para ajudá-lo na Paróquia Sant’Ana por outros cinco anos; deixou-a apenas por um ano e 10 meses para substituir o falecido Pe Heli Lourenço, no bairro de Lourdes, na paróquia Nossa Senhora Aparecida e retornando em definitivo para a Paróquia Sant'Ana.

Um outro amigo itaunense, o Pe. Phillipe Fernandes, disse que o Pe. Nilo foi o padre que ninguém viu envelhecer... E muitos o chamavam de “o homem dos 7 sacramentos”...

Ora, para nós católicos, os sacramentos são sinais visíveis da graça de Deus. São veículos dessa graça. E a maioria dos homens parte deste mundo com 6 sacramentos; pois ou se tem o sacramento do matrimônio ou o da Ordem (que confere o sacerdócio católico).
Pois bem. O nosso mui especial Pe. Nilo partiu daqui na plenitude da graça! Com todos os 7 sacramentos! O último foi-lhe ministrado no leito do hospital, a unção dos enfermos, que o preparou para ir de encontro a Deus. Fica para nós- itaunenses – agora o grande exemplo.

Em meio a tantas crises; eis o exemplo de Padre Nilo para nós. Exemplo de pai, exemplo de padre, exemplo de fidelidade, à Deus, à sua Palavra sobretudo. Enquanto esposo, honrou plenamente seu casamento sendo-lhe fiel até a morte de sua esposa. Enquanto padre, honrou plenamente o seu sacerdócio, sendo-lhe eternamente fiel. 

Enquanto homem, honrou plenamente a espécie humana, sendo humano com os humanos! Homem de profunda espiritualidade e oração, sabia ouvir a Deus no silêncio meditativo de suas orações. Homem de profunda humanidade...sabia e se dispunha sempre em ouvir o outro.

Pe. Nilo o homem do sim! Sim a Deus! Sim ao homem! Ouvia Deus e ouvia o seu semelhante. Sempre. Eis uma de suas grandes dificuldades...dizia sim para todos e para tudo, a ponto de embolar seus compromissos e abarrotar sua agenda de atividades e atendimentos de toda espécie. Desde benzer uma casa a salvar um casamento em crise. Desde dar um conselho a impedir uma grande bobagem.

Pe. Nilo em sua grande simplicidade evangélica. Era de se admirar. Nas missas, logo trocava de lugar com os coroinhas para que eles ficassem perto uns dos outros para seguirem a Palavra no lecionário. Preferia distribuir a comunhão pelos lados da igreja e quase nunca no centro. 

Nunca gostou das pompas litúrgicas. Vestia-se com os paramentos mais simples. Quase nunca usou uma casula (grande vestimenta que se assemelha a uma capa fechada) .... Foi velado numa igreja de bairro (nas Graças) e não na majestosa Matriz de Sant'Ana…e fora um pedido seu- salvo engano.

Tratou de partir em uma noite de sexta, para que tivéssemos parte do sábado para cuidar dos ritos de sua passagem – quando a maioria do Clero está mais livre- e com o domingo para descansar e assim não atrapalhar ninguém de nada, como era bem de seu feitio...

Como esquecer os bolsos cheios de balas para as crianças que ainda não tinham feito a primeira comunhão... adoçadas para sentir a doçura de Deus!

Ah Pe. Nilo! Tínhamos um Cura d’Ars e não sabíamos.... Descanse em Paz meu Pe. Nilo. Recebe agora a coroa da Justiça, a qual o Senhor, Justo Juiz, lhe deu naquele dia!

 Misture sua luz a das estrelas...cintile quando o dia clarear.
Réquiem aeternam dona eis domine, et lux perpetua luceat eis.


*paroquiano de Sant'Ana

Padre Nilo



REFERÊNCIAS:
Pesquisa: Alexandre Campos
Texto I: Hudson Bernardes
Texto II: Prof. Luiz Mascarenhas
Organização: Charles Aquino
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna


PROFESSOR EXPEDITO CAMPOS

Projeto de Lei 166/2017 - CEP: 35680-000
Denomina logradouro público: Avenida Professor Expedito Campos / Bairro Olímpio Moreira

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes, decreta e eu Prefeito Municipal, em seu nome, sanciono a seguinte Lei.

Art. 1º Denominar-se-á “Avenida Professor Expedito Campos” o logradouro público (Avenida 01), no bairro Olímpio Moreira, que tem seu início na avenida São João, passando pelas quadras 06 e 13, Área Verde III e quadra 05, tendo seu termino na Rua Tonico Alegre, nesta cidade de Itaúna – MG.

Art. 2º A prefeitura Municipal de Itaúna providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a comunicação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e à Companhia Energética de Minas Gerais – CEMIG.

Art. 3º As despesas decorrentes desta Lei ocorrerão por conta de dotações próprias do orçamento vigente do Executivo Municipal.

Art. 4º Revogadas as disposições em contrário, esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Justificativa

Expedito da Silva Campos, natural de Bonfim, é filho de Aurélio Campos e Rita Augusta de Oliveira. Sua família veio para Itaúna, indo residir no bairro Santanense, na década de 30, onde o pai foi comerciante e acionista da fábrica de Tecidos Santanense. Em 1946, com 13 anos, Expedito decide se matricular no Seminário do Caraça, onde estudou até 1951, obtendo o título do Curso de Humanidades.

Em 1952, muda-se para Niterói, Rio de Janeiro, para estudar Filosofia no Seminário São Vicente de Paula. Já em 1955, volta a Minas Gerais, indo morar na cidade de Santos Dumont, onde serve ao Exército Brasileiro, chegando a patente de 2° Tenente.

 No ano de 1956, casa-se com Thereza Juliano Boza Campos, com quem tem quatro filhos, Tereza Amália Campos, Myriam Christina de Campos Ramos, Aurélio Augusto da Silva Campos e Saulo José Américo da Silva Campos. Neste período desenvolveu sua vocação de professor e político, trabalhando em escolas da região e ocupando o cargo de Diretor da Escola Estadual Presidente João Pinheiro até 1968, paralelo a isso, foi assessor do então Deputado Wilson Modesto (PTB) e Diretor do antigo armazém social do Governo do Estado de Mina Gerais, SAPS. Graduou-se em Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora em 1965.

Com o endurecimento da Ditadura Militar e a consequente perseguição política, Expedito Campos é afastado dos cargos que ocupa, assim, em 1969 retorna a cidade de Itaúna, indo lecionar no Colégio Santana, a disciplina de Direito Usual, e na Universidade de Itaúna, onde foi titular das disciplinas de Estudo dos Problemas Brasileiros, Sociologia e Teoria Geral do Estado. Em razão do reconhecimento obtido como profissional, ocupou na Universidade vários cargos administrativos, durante muitos anos, sendo os principais deles o de Membro do Conselho Universitário e Diretor Executivo, hoje cargo correspondente ao de Pró-reitor.

Além do reconhecido trabalho profissional, Professor Expedito ou Dr. Expedito, como era conhecido, realizou um grande trabalho religioso e social em Itaúna, pois atuou com destaque no Rotary Club local, foi Assessor Jurídico da Apac Itaunense por mais de 15 anos, Ministro da Palavra na Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, sendo responsável pelos sermões da Semana Santa ao lado de outro eminente itaunense, Monsenhor Hilton. Além de membro de diversas pastorais, trabalhou como Advogado por vários anos, atendendo, solidariamente, aqueles que mais precisavam.

Dr. Expedito Campos teve grande participação político-social no município, principalmente na região do bairro Santanense, pois reivindicou inúmeras melhorias locais, é muito lembrado e admirado por moradores daquela localidade. Um cidadão destacado, daqueles que vieram para fazer diferença na vida de muitas pessoas, foi importante para Itaúna, foi importante para muitos itaunenses e é merecedor desta singela homenagem que buscamos fazer a este grande homem.


Sala das Sessões, 14 de novembro de 2017
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Alexandre Campos — Vereador PMDB / Itaúna-MG

Antônio de Miranda Silva — Vereador PHS /Itaúna-MG


       Expedito da Silva Campos



REFERÊNCIAS:
Pesquisa e acervo: Alexandre Campos
Organização e montagem: Charles Aquino
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna


quinta-feira, 2 de novembro de 2017

PRAÇA DR. AUGUSTO GONÇALVES

Lei Municipal 0212/53 - CEP 35680-054
Denomina logradouro público: Praça Dr. Augusto Gonçalves / Centro

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º — Denominar-se-á PRAÇA DR. AUGUSTO GONÇALVES a atual PRAÇA BENEDITO VALADARES.
Art. 2º — Revogam-se às disposições em contrário

A matéria é de competência da Câmara e mesma opina que deve ser aprovado em 1ª discussão o presente projeto, porque trata-se de um doutor admirado e venerado por todos os itaunenses.

Aníbal Lopes da Silva
Henrique Antunes Vilaça
Ademar Gonçalves de Sousa
Victor Gonçalves de Sousa — Prefeito Municipal


Sala das Sessões, 22 de dezembro de 1953



NOMES DA PRAÇA  DE ITAÚNA

O nome primitivo era Largo da Matriz, dado pelos primeiros povoadores segundo a tradição portuguesa, ainda hoje vigorando em Portugal. Nome homologado pelo Conselho Distrital, em 18 de abril de 1892, sob a presidência do dr. Augusto Gonçalves e dos conselheiros capitão Miguel José de Faria e João Antônio da Fonseca.
Em 25 de outubro de 1930, por Portaria nº 159 o prefeito Arthur Contagem Vilaça deu ao antigo, histórico e tradicional Largo da Matriz o nome Praça João Pessoa, em homenagem ao grande líder paraibano.
Pelo Decreto-Lei nº 24 de 28 de outubro de 1938 do prefeito dr. Lincoln Nogueira Machado, o nome da praça é modificado e passa ser denominado Praça Mário Matos, em homenagem ao itaunense Mário Gonçalves de Matos. Ainda no mesmo ano, o nome da praça seria novamente modificado pelo Decreto-Lei nº 29 de 10 de novembro de 1938 passando a chamar-se Praça Benedito Valadares, em homenagem ao interventor do Estado de Minas Gerais, Benedito Valadares, nomeado pelo presidente Getúlio Vargas. 
O professor Guaracy de Castro Nogueira informa — quem dá nome a logradouros públicos é o povo, através dos vereadores e do consenso da Câmara Municipal. Só em regimes autoritários é que o Prefeito ou a autoridade executiva dá nomes às coisas.
 Dois nomes de logradouros em Itaúna foram impostos pelo governo ditatorial na década de 30 — Avenida Getúlio Vargas, que era rua e Praça Benedito Valadares, local principal da cidade, que se tornaram nomes dos detentores do poder na época, por força de decretos. Com a queda de Getúlio e Benedito na década de 40, populares arrancaram a placa com nome de Benedito Valadares da praça principal, o qual, não era bem quisto na cidade, cuja a administração de seu governo havia motivado a desoficialização da Escola Normal em 1938.
No ano de 1953 o prefeito Victor Gonçalves de Souza, sanciona a Lei nº 212 do dia 29 de dezembro alterando pela 4ª vez o nome da praça para Praça Dr. Augusto Gonçalves, permanecendo até os dias de hoje.



Augusto Gonçalves de Souza Moreira nasceu no arraial de Santana do São João Acima, aos 29 de julho de 1861, filho de Manoel José de Souza Moreira e sua esposa d. Anna Joaquina de Jesus, originários de Bonfim. Cursou o tradicional Colégio Caraça e graduou-se, em medicina, em janeiro de 1888, pela conceituada Faculdade do Rio de Janeiro. Faleceu em 20 de maio de 1924.
Foi constituinte de 1891, deputado à primeira e segunda Legislaturas Republicanas e prefeito de Itaúna, por cinco mandatos. Sua vida se confunde com a própria existência do município, do qual foi o criador, e, por sua ação, exemplos e ensinamentos, ele se tomou, por consenso unânime de seus concidadãos, a mais exemplar e importante personalidade de toda a nossa história municipal.
A modéstia, a bondade e a obstinação ao cumprimento do dever foram as principais características da fecunda personalidade do dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira. Era ademais, sóbrio, culto, digno, conciliador e exemplarmente honesto. A medicina para ele, competente e caridoso, foi exercida de forma verdadeiramente sacerdotal. Ao longo de 35 anos, com simplicidade e mansidão evangélicas, dia e noite, a todos atendia no consultório de sua residência, que não possuía, sequer água encanada, ou, então, em toda a área rural de Santana e dos municípios próximos, que percorria incessantemente, a cavalo, por difíceis caminhos. Somente uma pré-condição existia: não cobrar ou aceitar pagamento dos pobres, pois tratava-se de compromisso a ser fielmente cumprido, ao longo de toda a sua existência, fato singular e honesto da história do município, transmitido pela tradição oral e confirmado pelo testemunho unânime de seus contemporâneos e de todos aqueles que sobre ele escreveram.
Dr. Augusto, a seu modo, com a sua serenidade. Desambição, fé e energia ghandianas, foi, em realidade, no plano municipal, sem cultivar o radicalismo inadmissível em sua harmônica personalidade, um revolucionário, por sua ação e sua obra, como porta voz das causas mais nobres, trabalhador incansável pela melhoria das condições de vida da população, indutor do progresso, renovador das estruturas sociais, agente e símbolo de luta pela emancipação política, e, finalmente, o criador do município de Itaúna.
A fixação do dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira, no mês de janeiro de 1888, em sua terra natal, após completar sua formação cívica e intelectual, no colégio Caraça e faculdade no Rio de Janeiro se caracteriza como momento decisivo, visto que a sua personalidade baliza os dois períodos básicos em que se divide a história municipal. Em 1887 termina a fase pioneira do povoamento do território e da estruturação do arraial e do distrito de Santana, para dar-se início ao efetivo movimento da criação do município de Itaúna, com o seu despertar para o desenvolvimento harmônico e global.
A esta tarefa, dr. Augusto Gonçalves de Souza Moreira entregou-se, por inteiro, pois, Itaúna, para ele, não seria um trampolim político, tema para estéreis e elitistas discursos e debates de natureza ideológica, mas, sim, o devotamento e a paixão de toda uma existência.




REFERÊNCIAS:
Pesquisa e Organização: Charles Aquino
Colaboradores: Patrícia Gonçalves Nogueira, Guaracy de Castro Nogueira (In Memoriam) e Miguel Augusto Gonçalves de Souza (In Memoriam).
Acervo: Instituto Cultural Maria Castro Nogueira
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
SOUZA, Miguel Augusto Gonçalves de. História de Itaúna, BH, Ed. Littera Maciel Ltda, 1986, p.101. Vol.1.
Acervo: Brasão da Prefeitura Municipal de Itaúna



domingo, 25 de junho de 2017

VIRGÍLIO CORRADI

Lei Municipal 2193/88 - CEP: 35680-489
Denomina logradouro público: Rua Virgílio Corradi / Bairro Universitário



VIRGÍLIO CORRADI

*19/05/1885 (Itabirito/MG) +13/03/1952 (Itaúna/MG)
Sepultado no Cemitério São José (Cemitério Central de Itaúna)
Túmulo 122 Quadra 01 Ala 05

Filho de Marcelino Corradi e Veroconda Corlaite, sendo o 1º filho do casal, nasceu em Itabirito (MG), onde seus pais fixaram residência no Brasil. Portanto, ficou sendo, como era de costume da época, o irmão mais velho responsável pela família, quando na morte do patriarca ou mesmo em sua família.
Casou-se mais tarde em Itabirito aos 36 anos, porque viu-se na responsabilidade de primeiro casarem-se os irmãos, para depois iniciar a sua família. Da união matrimonial com Rita Evangelista Corradi, nasceram 12 filhos. Vieram para Itaúna com o primeiro filho, junto com seus pais e irmãos já casados, cujo pai, falecera logo depois.
Seu maior ideal era o início de uma nova siderurgia, tal qual a que ele havia ajudado a montar em Itabirito — sabe-se que o 1º Alto Forte de Minas Gerais, talvez do Brasil, foi este construído.  Junto com os irmãos fundaram a Fundição Corradi, sendo que a maior parte do seu capital era da posse de Virgílio Corradi, com o nome de “Irmãos Corradi”.
Ficou com a responsabilidade da mecânica e manutenção da firma montada. Com recursos primários, criava máquinas, tornos mecânicos entre outros em sua produção. Seu ideal foi concretizado na construção do 1º alto-forno em Itaúna, o qual, o projeto, manutenção e produção, ficaram a seu cargo por muitos anos.
Virgílio Corradi era de pouca conversa, tinha muito gosto pela leitura e cuidava da família com exemplo digno.


 VIRGÍLIO CORRADI: Tudo que termina com ”ista”

*Fábio CORRADI
Nos meados da década de 1930, o partido “Ação Integralista Brasileira” estava a todo vapor. Seu representante máximo no Brasil era Plínio Salgado. O movimento integralista tinha adotado algumas características dos movimentos europeus de massa da época, especificamente do fascismo italiano, mas distanciando-se do nazismo porque o próprio Salgado não apoiava o racismo.
Em Itaúna, Dr. Antônio de Lima Coutinho, humanista, médico, um dos maiores líderes itaunenses na época, foi um dos entusiastas da propagação da ideologia do partido. Abraçou a causa com todo vigor. “Deus, pátria, família”, a ideologia máxima do partido. Dr. Coutinho, como era conhecido, foi ao encontro de Virgílio Corradi e como era de seu espírito avassalador, queria convencê-lo a participar do movimento.
Com sua ótima eloquência e grande entusiasmo, explanava a ideologia “fascista tupiniquim” para o Sr. Virgílio: Sr. Virgílio. “Deus, pátria, família”. São os pilares de nossa ideologia. Precisamos manter acesos os valores cristãos dentro de nossa nação. Não vamos deixar que esta sociedade corrupta e devassa acabe com o nosso país. Queremos traçar caminhos justos e assumir as rédeas do nosso governo. Sei que o Senhor descendente direto de italianos, irá apoiar a nossa causa. Na Itália está sendo feito algo parecido com nossa causa e está dando muito certo!
Virgílio fixou o olhar por cima dos óculos no referido doutor, coçou a cabeça e respondeu com seu sotaque de italiano: Dr. Coutinho, tenho muito apreço pela vossa figura...mas. Não posso aceitar convite do senhor.
Preste atenção. Tudo que termina com ”ista”, para mim não serve. Comunista, fascista, anarquista, socialista...agora vêm os integralistas. Isto não vai dar certo!
Para encurtar o caso. Após a instauração do Estado Novo, efetivado em 10 de novembro de 1937 pelo então presidente Getúlio Vargas. O Partido Integralista cai na ilegalidade, foi extinto pelo governo. Teve muito itaunense escondendo debaixo da cama com medo de ser preso. E nunca mais se falou ne referido partido! Sr. Virgílio tinha razão.

*Possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Integrada Izabela Hendrix (1988) e mestrado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2004). Atualmente é professor auxiliar I da Universidade de Itaúna - MG.




FAMÍLIA

Virgílio Corradi, casou-se com Rita Evangelista Corradi em Itabirito; tiveram 14 filhos; ele faleceu de “câncer” aos 67 anos em 13/3/1952 em Itaúna à rua XV de Novembro [F.290-L.15-Óbitos-CRC].
FILHOS:
1) Natal Corradi;
2) Angélica Corradi Viana;
3) Virgílio Corradi Júnior;
4) Maria do Carmo Corradi;
5) Tereza Corradi;
6) Lídia Corradi;
7) Hélia Corradi;
8) Sônia Corradi;
9) Norberto Corradi;
10) Elza Corradi; (faleceu de forma prematura)
11) Mário Corradi;
12) Elza Corradi; (teve o nome da irmã falecida)
13) Ítalo Corradi (adotado)

Virgílio Corradi





CÂMARA MUNICIPAL DE ITAÚNA
ESTADO DE MINAS GERAIS


Projeto de Lei Nº 62/88   
Lei Municipal nº 2.193    
Em: 22/12/88


Assunto: Denomina logradouro público a RUA VIRGÍLIO CORRADI

AUTORIA: Vereador José Simonini Filho

VOTAÇÃO:
1ª Discussão na sessão de 16/12/1988
2ª Discussão na sessão de 16/12/1988
3ª Discussão na sessão de 16/12/1988



JUSTIFICATIVA
A denominação de logradouro público que ora propomos vem de encontro aos desejos do povo itaunense, que é o de conservar sempre viva a memória daqueles que prestaram relevantes serviços à comunidade.
Virgílio Corradi foi um desses itaunenses por adoção, que com o seu trabalho, dedicação e amor a terra que o acolheu, deixou aqui plantada a semente da industrialização do minério de ferro.
Por suas mãos projetou, construiu e manteve o 1º alto-forno em Itaúna e produziu riquezas para nossa terra. Com o seu trabalho e inteligência rara, fundou em Itaúna a 1ª Fundição, a “Irmãos Corradi” e hoje, sem dúvida, a maior delas em nosso município, denominada Fundição Corradi.
Foi seu primeiro diretor responsável pela mecânica e manutenção da empresa, o qual, construiu máquinas e tornos mecânicos que até bem pouco tempo ainda estavam em atividade.
Por estas e outras razões, que deixo aqui a presente proposição e que tenho certeza, merecerá desta edilidade a costumeira atenção.
Sala das Sessões, em 23 de junho de 1988
José Simonini Filho – Vereador


PROJETO DE LEI Nº 62/88
Denomina logradouro público.

O Povo do Município de Itaúna, por seus representantes decreta, e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - Denominar-se-á AV.VIRGÍLIO CORRADI, o logradouro público localizado no Bairro Belveder, Zona 05, que tem seu início na Av. Dr. Milton Penido, passando pelas Quadras 12, 13, 09 e 16 e terminando em terrenos de propriedade da Cia. Tecidos Santanense.
Art. 2º -  A Prefeitura Municipal de Itaúna providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a comunicação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Art. 3º -  Revogadas as disposições em contrário, esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.
Sala das Sessões, em 23 de julho de 1988
José Simonini Filho – Vereador


EMENDA MODIFICADA AO PROJETO DE LEI Nº62/88
O art. 1º do Projeto de Lei nº 62/88, passa a ter a seguinte redação:
“Art. 1º: Denominar-se-á RUA VIRGÍLIO CORRADI, o logradouro público que tem seu início em terrenos de propriedade da Cooperativa dos Produtores Rurais de Itaúna Ltda., que margeando a Rod. MG 050, passa pela Área Institucional e pelas quadras 29, 31, 33 e termina na Rod. MG 431, localizado no bairro Universitário, Zona 06”
Sala das Sessões, em 5 de dezembro de 1988
José Simonini Filho – Vereador


A COMISSÃO DE JUSTIÇA E REDAÇÃO
Nomeio relator o nobre vereador José Coelho Neto - Sala das Sessões, em 8 de dezembro de 1988.
Antônio José Ferreira
Presidente da Comissão de Justiça e Redação

Declaro o nobre vereador relator que a presente Emenda Modificativa está em conformidade com a legislação vigente no país, opinião esta corroborada pelos demais membros. Compete a esta Casa a sua apreciação.
Sala das Sessões, em 8 de dezembro de 1988
José Coelho Neto
Relator


A COMISSÃO DE FINANÇAS E ORÇAMENTO
Nomeio relator o nobre vereador Milton Nogueira de Oliveira - Sala das Sessões, em 8 de dezembro de 1988.
Newton Penido
 Presidente da Comissão de Finanças e Orçamento.

A Comissão de Finanças e Orçamento está de pleno acordo com a presente Emenda Modificativa ao projeto de Lei nº 62/88. Somos pela sua apreciação.
Sala das Sessões, em 8 de dezembro de 1988
Milton Nogueira de Oliveira - Relator
Newton Penido - Presidente da Comissão
João José Joaquim de Oliveira – Membro da Comissão

Aprovado em 1ª Discussão – Sala das Sessões em: 16/12/1988
Aprovado em 2ª Discussão – Comissão de redação em: 16/12/1988


A COMISSÃO DE JUSTIÇA E REDAÇÃO
Nomeio relator o nobre vereador José Coelho Neto - Sala das Sessões, em 16 de dezembro de 1988.
Antônio José Ferreira
Presidente da Comissão de Justiça e Redação

A Comissão de Justiça e Redação nada tem a modificar na redação original do presente projeto de lei nº 62/88, exceto o art. 1º que deverá ser como modificado pela Emenda apresentada, discutida, votada e aprovada por esta Casa.
Sala das Sessões, em 16 de dezembro de 1988
José Coelho Neto – Relator
Antônio José Ferreira – Presidente da Comissão
Geraldo Magela de Assis Oliveira – Membro da Comissão

Aprovado em 3ª votação -  Sala das Sessões em 16/12/1988




REFERÊNCIAS:
Pesquisa e Fotografia: Charles Aquino e Patrícia Gonçalves Nogueira.
Organização: Charles Aquino
Acervo e Texto/Causo: Fábio Corradi
Biografia: Carta manuscrita pertencente ao Projeto de Lei Municipal 2193/88. PMI
Genealogia da família:  Aureo Nogueira da Silveira e Dr. Alan Penido
Projeto de Lei dos Logradouros: Prefeitura Municipal de Itaúna
Consulta Requerimento de Sepultamento: Prefeitura Municipal de Itaúna
Equipamentos de trabalho: Câmara Fotográfica: Nikon D5000 (F/5 ISSO-400 / Distância focal 20 a 35 mm / Abertura Máxima do Objeto: 3.8 / Modo Flash: sem flash, auto. Tripé:  Manfrotto (MKC3-HO1)